Responsáveis: Profª Andréia Santos (PII) & Profº Marcelo Cardozo (PI-Ed. Física)
Introdução
Está registrado na história da espécie humana que o resto, o resíduo, a sobra ou o lixo, é uma variável inerente aos processos de manutenção e evolução da vida, mesmo entre os povos nômades. Contudo, é com a aglomeração de pessoas em pequenas vilas e posteriormente em cidades, e, a mudança de hábitos, que tal variável adquire status de “vilã” no campo da saúde pública e ambiental. Na era medieval, por exemplo, os detritos orgânicos e a sujeira das cidades favoreceram a proliferação de vetores como o rato, responsável pela grande epidemia de peste negra ocorrida na Europa em 1347. (UJVARI 2004; CARDOZO, 2008). A este respeito, PONTING (1995), elucidando a forma como as civilizações humanas interagem com seu meio ambiente, afirma que com tanta gente vivendo no mesmo lugar, a eliminação de resíduos e dejetos tornou-se um grave problema de Saúde Pública, com a geração de vetores e contaminação da água potável, porque poucas sociedades primitivas mantinham seus excrementos longe da água potável e a maioria usava um único curso d’água para beber, lavar e eliminar seus dejetos. (CARDOZO, 2008).
Em pleno séc. XXI, a produção de resíduos constitui-se em um dos maiores desafios na pasta de gestores públicos das três esferas de governo. Diante desse quadro nefasto, ganhou força a máxima da reciclagem como uma possível solução do problema. Os Três Rs (reduzir, reaproveitar e reciclar), como ficou conhecida. Todavia, as indústrias se anteciparam em valorizar a reciclagem _ o último dos Rs _, evitando assim, a discussão sobre a redução do consumo.
O óleo de cozinha usado pelas donas de casa é um dos dejetos que merece atenção. ao ser descartado nos rios, represas e mares, através das redes de esgoto residenciais, sem tratamento adequado nas estações de tratamento de esgotos traz sérios danos ao meio ambiente. Bem como o seu descarte no solo. Tendo em vista que em nosso País o saneamento básico não atinge a todas as casas, é alarmante pensar que uma grande quantidade de óleo de cozinha usado está sendo eliminado no ambiente sem qualquer tipo de tratamento. Pensar uma estratégia para minimizar os efeitos desse agente poluidor é imperioso e urgente. Uma alternativa viável e a reutilização do óleo usado para produzir sabão. Com esta técnica relativamente simples resolvemos parte do problema, uma vez que os investimentos em saneamento básico (tratamento de esgotos) é imprescindível.
Objetivo
O objetivo deste projeto vai muito além de se ensinar aos alunos o método de produção do sabão ou do detergente. Pretende-se estimular a curiosidade, a observação e a investigação, etapas importantes para o surgimento de um “pensar científico”.
Justificativa
Desde agosto de 2010, nossa escola faz parte de um projeto chamado “De Olho no Óleo”,em parceria com a empresa Grande Rio - Reciclagem Ambiental. Através desse projeto, é possível trocar o óleo recolhido pela escola, junto a comunidade escolar, por detergente e/ou materiais de limpeza. O sucesso desse projeto associado ao uso da Revista Ciência Hoje, junto aos alunos, permitiu o surgimento do Projeto Bola de Sabão. Onde o processo de produção é utilizado como recurso pedagógico muito rico para se trabalhar com os alunos a importância da ciência em nossas vidas.
A partir da implantação do projeto será possível contribuir para o crescimento dos alunos através do aumento de sua autonomia, mudança de comportamento em relação a expressar suas ideias, acreditando na possibilidade de novas perspectivas. Contribuindo, assim, para a melhoria da educação e construção de novos conceitos no processo ensino/aprendizagem.
Metodologia
O projeto foi apresentado a duas turmas do 5º ano (1504 / 1505). Os alunos participaram de aulas teóricas sobre a importância da ciência em nossas vidas, a história da indústria saboeira, o processo de produção de sabão e sobre as implicações ambientais decorrentes dessa prática. E foram estimulados a realizar pesquisas sobre o tema.
Foram realizadas oficinas para permitir que os alunos vivenciassem todo o processo. Durante, a realização dessas oficinas, os alunos que apresentaram interesse sobre o tema, e disposição para apresentar os resultados do projeto fora da escola, foram convidados a participar da II Mostra de Trabalhos do Projeto Ciência Hoje.
Referências
Cardozo, Marcelo. Percepção de Riscos Ambientais de Trabalhadores Catadores de Materiais Recicláveis em um Aterro Controlado do Município de Duque de Caxias. Rio de Janeiro, FIOCRUZ / ENSP, 2008;
Revista de Divulgação Científica para Crianças. Ano 24 / Nº225, julho de 2011.
